Foguete criado por impressora 3D é aposta de startup do ramo aeroespacial
Atualmente, empresas do setor de aeroespacial tem focado em projetos de impressão 3D. Seja SpaceX, startups menos conhecidas e lojas de foguete da velha guarda, todos estão usando a tecnologia – algumas até já imprimiram seus próprios motores do zero.
Liderada pelos fundadores Tim Ellis e Jordan Noone, a Relativity Space planeja imprimir, inicialmente, 95% das peças de seu foguete em apenas dois meses. O Terran 1, como é chamado, tem uma carga máxima de 1.250 kg até 185 km em órbita terrestre baixa. Os testes de voo estão marcados para o final de 2020.
Os foguetes são compostos por quatro sistemas principais: cargas úteis, orientação – feita por sensores -, propulsão – combustível e motor – e estruturas.
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Com a impressão 3D, a Relativity pretende simplificar a mão de obra e reduzir drasticamente o tempo de produção. Entretanto, para imprimir o exterior e o tanque de combustível é preciso, antes de tudo, criar impressoras capazes de realizar a tarefa. Os próprio fundadores admitem que não é uma tarefa fácil: "Construir uma empresa de foguetes é difícil, construir uma empresa de impressão 3D é difícil, e construir os dois juntos e ao mesmo tempo é uma questão de loucos", diz Ellis, executivo-chefe da Relativity.
A startup já possui a Stargate, impressora 3D que ocupa dois andares em um prédio na sede em Los Angeles, Califórnia (EUA). A máquina usa uma variante do que é conhecido como deposição de energia direcionada. A impressão 3D cria camada por camada do objeto, usando a modelagem de depósito fundido – ou seja, o material é derretido e espremido em padrões precisos para a construção do objeto. Juntando esse processo e a soldagem, a deposição de energia é direcionada.
Assim como a SpaceX e outras empresas, a Relativity tem chegar a Marte em seu plano de longo prazo. Ela anunciou mês passado que assinou um contrato de arrendamento de nove anos com a Nasa e que abrirá sua primeira fábrica autônoma de foguetes 3D, uma instalação de mais de 20 mil metros quadrados no Centro Espacial Stennis, em Mississipi.
A Relativity já possui três contratos de lançamentos de satélites para o foguete Terran 1 marcados para 2021 e 2022. Os clientes são: Telesat, uma empresa canadense de comunicações; Spaceflight, empresa com sede em Washington que ajuda na coordenação de ações de passeio em satélites em grandes lançamentos; e Mu Space, sediada na Tailândia.
A empresa vem crescendo. Ano passado o número de funcionários passou de 14 para 80 e conta com Tim Buzza, ex-vice presidente de lançamento da SpaceX e da Virgin Orbit, além de David Giger, ex-diretor sênior de engenharia da cápsula Dragon da SpaceX.
Além de fechar uma rodada de financiamento de US$ 35 milhões, a Relativity fechou um acordo com a Nasa para testar seus motores no Stennis Space Center, em Mississipi – mesmo local onde estará sua fábrica autônoma – e recebeu permissão para lançamento em Cabo Canaveral, na Flórida. Você pegaria carona em um foguete desses?
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