Busca um bolo caseiro para festa? Essa startup te conecta com confeiteiros
Segundo dados do IBRE/FGV, o mercado informal movimenta R$ 1 trilhão por ano, correspondente a 16% do PIB do país. Somente a confeitaria soma R$ 25 bilhões, crescendo 3% a cada ano.
Após analisar e estudar o mercado de confeiteiros por mais de um ano, Pedro Santelmo teve a ideia de criar uma plataforma que une esses profissionais aos consumidores. A marketplace Vem de Bolo oferece suporte, por meio da tecnologia, para ajudar doceiros com os negócios.
O intuito de Santelmo é facilitar para ambos os lados. Os boleiros que geralmente têm dificuldade em encontrar novos clientes, sem falar de restrições financeiras, afinal, para ter um desconto maior nos ingredientes, é necessário comprar em grande escala. No entanto, sem demanda o produto estraga.
"Muitas boleiras diziam que podiam produzir mais, porém não tinham comprador, pois novos clientes vinham apenas por indicação dos antigos e da vizinhança", observa Santelmo.
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Do outro lado, tem o consumidor que tem dificuldade em encontrar bolos caseiros na rua, dependendo assim de dicas de amigos e do doceiro que conhece.
"O boom de casas de bolo dos últimos cinco anos não atende o consumidor que busca um produto caseiro de verdade para celebrar uma ocasião ou um aniversário. Ele encontra um bolo caseiro de fato apenas diretamente de doceiras independentes. Ele quer o produto a seu gosto, com aqueles ingredientes da receita da mãe, da avó ou do avô, que a boleira independente pode fazer", ressalta Santelmo.
Pensando nisso, a Vem de Bolo, lançada em modo experimental no início de 2019, conta com mais de 20 boleiros e confeiteiros selecionados a dedo. A meta para os próximos meses é dobrar o número de profissionais.
Não é simples fazer parte da plataforma. Segundo Santelmo, todos os profissionais passam por certa vistoria. "Não colocamos qualquer profissional na plataforma. Visitamos suas casas, provamos os bolos e doces para verificar sua qualidade e conferimos o armazenamento de insumos. Não colocamos ninguém na plataforma que não siga as boas práticas para manipulação de alimentos", conta o CEO da Vem de Bolo.
Além disso, é preciso concordar em pagar 12% sobre o valor das vendas para a plataforma. O valor do produto, o tempo de preparo e como será feita a entrega são definidos pelo próprio confeiteiro.
A iniciativa tem apoio da Nestlé e é vista como uma forma de fomentar o empreendedorismo no segmento de atuação dela, segundo José Pereira Júnior, gerente de inovação da companhia.
A parceria permite que os confeiteiros comprem ingredientes com desconto nas lojas da multinacional, além de terem acesso a treinamentos da empresa. "Sabemos que esse apoio vai ajudar a alavancar os negócios, tirando muitas boleiras da informalidade e gerando novos empregos", explica a Head de Transformação Digital da Nestlé, Carolina Sevciuc. Para os empreendedores da Vem de Bolo, a Nestlé também oferece mentorias.
O atendimento, que até então abrangia somente a região sul de São Paulo, começou a se expandir lentamente para toda a capital.
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